sábado, 30 de julho de 2011

Morta aos 27 anos (idade trágica no pop), Amy Winehouse já se eterniza como lenda.


Por mais que a notícia da saída de cena de Amy Winehouse (1983 - 2011) seja de certa forma a crônica de uma morte já anunciada e até esperada, o mundo pop está abalado com o fato já oficializado. A cantora inglesa foi encontrada morta em seu apartamento no bairro londrino de Camdem Town, na Inglaterra. A causa ainda está sendo investigada, mas sabe-se de antemão que Amy Winehouse sai de cena por um histórico de abusos de drogas e álcool que vinham empanando progressivamente o brilho de seu canto único. Ela sai de cena, mas vira lenda instantânea - até porque a artista morre aos 27 anos, idade trágica e mítica no mundo pop por ter marcado também o desaparecimento de lendas como Janis Joplin (1943 - 1970), Jimi Hendrix (1942 - 1970), Jim Morrison (1943 - 1971), Brian Jones (1942 - 1969) e Kurt Cobain (1967 - 1994). Não há dúvidas: Amy entra nesta galeria de mitos a partir deste sábado, 23 de julho de 2011, data de sua morte previsível, mas nem por isso menos triste. Seja como for, Amy faz jus à aura mitológica por sua música, não pelas atribulações de sua vida pessoal. Não tanto pelo primeiro de seus dois únicos álbuns, Frank (2003), de sotaque indefinido. Mas, sobretudo, pelo genial Back to Black (2006), álbum antológico no qual Winehouse mergulhou na soul music norte-americana com sua voz que parecia nascida no berço da Motown - voz negroide que destilava sentimento quando cantava suas letras de cunho pessoal. Ainda às voltas com a preparação de seu terceiro álbum, em tese em estágio já adiantado de produção, Amy Winehouse sai da vida em 2011 para entrar definitivamente na História mítica da música pop.
(Postado por Mauro Ferreira)

Back to Black (Volta para o luto)
(Prelúdio de uma morte anunciada)
versão de Jayme Vita di Carvalho

Eu não deixei tempo para me lamentar
Com a minha aposta segura na insensatez
Eu e minha cabeça imersa na embriaguez
E minhas lágrimas secas
A marcar a minha cara
Vou voltar para o que eu sei
Saindo totalmente de tudo pelo que passei
E eu trilho um caminho conturbado
Minhas chances estão empilhadas
Mas eu vou voltar para o luto

Eu apenas disse adeus com palavras
Eu morri uma centena de vezes
E sempre retornei pra ela
E Eu volto para ela
Eu volto para nós
Eu te amo tanto
Mas isso não é suficiente
Eu amo cheirar e dar um trago
E a vida é como um cano
E eu sou um minúsculo centavo rolando paredes adentro

Luto, luto, luto...
Mas eu volto para ela
Eu volto para ela

Eu apenas disse adeus com palavras
Eu morri uma centena de vezes
Mas eu volto pra ela
E eu volto para ela
E eu volto para o luto,
Agora, pela última vez.
(versão de Jayme Vita di Carvalho)

terça-feira, 26 de julho de 2011

Se trair é humano...



Infidelidade é um assunto que costuma gerar discussões acaloradas e quase sempre faz as pessoas apontarem vítimas e algozes da situação: “Que canalha, como pôde trair a esposa?”; “Como ela fez isso logo com ele, um cara tão bacana?”; “Se eu fosse ele, teria feito a mesma coisa!”; “Coitada, não merecia isso...”. Essas e outras frases refletem os pensamentos que geralmente surgem em conversas sobre alguém que traiu um outro alguém.

Escreverei hoje sobre a infidelidade, porém fugirei completamente a estes pensamentos. Explico o principal por que disso: não acredito em vítimas ou algozes em relações. Em outras palavras, nos relacionamentos não há um “bom” e um “mau”, não há um “coitado” e um “carrasco”. Se as duas pessoas estão juntas, é porque algo as mantém juntas. Seja lá o que este “algo” for – amor, dependência, comodidade, companheirismo, sexo, ou tantas outras coisas – estar junto é uma escolha. Dito isso, passemos então para o nosso assunto que é de uma tamanha complexidade.

Vejo muitos homens e mulheres argumentando que os homens traem mais porque fazer isso “é da natureza masculina”. Essas pessoas explicam que o homem teria um desejo sexual maior do que o da mulher e, exatamente por isso, teria necessidade de buscar sexo fora do casamento. Isso é, realmente, um mito.

Nas pesquisas da psicóloga Mírian Goldenberg, que há 20 anos vem estudando o assunto, 60% (sessenta por cento) dos homens e 47% (quarenta e sete por cento) das mulheres, afirmaram já terem sido infiéis. Ou seja, se os homens traem mais, não é muito mais. E não há absolutamente nada de genético ou “da natureza masculina” nisso. Trata-se de uma questão essencialmente cultural.
Pense bem em como vivemos nos últimos 200 anos. O homem sempre foi o elemento mais importante de uma família, com mais direitos do que todos os outros membros, inclusive a mulher. À esta última cabiam apenas os afazeres domésticos, o cuidado com os filhos e o zelo com o marido. Nada de muitos prazeres nem muitas escolhas. Prazer sexual então, era algo exclusivo dos homens. Como ter prazer com a própria esposa era algo visto negativamente, era comum os homens buscarem sexo fora do casamento. As mulheres evidentemente sabiam disso e aceitavam a condição, até porque não tinham muita opção.

Alguém pode estar pensando: Ora, mas hoje em dia tudo é muito diferente. Sim, concordo. As coisas mudaram bastante, especialmente a partir da metade do século XX. Essas transformações, por mais radicais que tenham sido, não têm nem 100 anos ainda. Isso significa que a mentalidade de que o homem tem mais necessidade de sexo e por isso trai persiste em muitas mentes, mesmo na daqueles que nasceram já depois de todas as mudanças.

Se homens e mulheres traem, porque fazem isso? Aliás, por que tantas pessoas fazem isso, já que os números mostram que não são poucas? Bem, exatamente por não serem poucas é que fica difícil apontar apenas uma ou duas razões para a infidelidade. Pode-se ser infiel por solidão, raiva, insatisfação, carência, poder, vingança, busca pelo novo, desejo de viver uma aventura... Vejo muitas pessoas taxativamente considerarem que se há traição, não há amor. Não penso que seja bem assim.

O que me parece haver em comum nas situações em que as pessoas são infiéis é a busca de algo que não encontram na relação. Uma mulher, por exemplo, pode trair por não encontrar em seu relacionamento a compreensão que desejava. Trai, então, não por não amar o companheiro ou por uma aventura, mas buscando ser compreendida. Um homem, por sua vez, pode trair por sentir seu relacionamento como tedioso. Assim, por não querer deixar a mulher que ama, busca meios de ter a emoção que deseja. Estes não são os únicos exemplos. Muitos outros poderiam ser dados, com diferentes situações que têm como pano de fundo da infidelidade, a busca por algo que a relação não oferece.

A infidelidade, quando descoberta, sempre gera sofrimento. O traído sofre por razões óbvias. O homem geralmente se sente humilhado, e a mulher descobre, da pior maneira possível, que não era tão única e especial quanto imaginava ser. E até quem foi infiel também acaba sofrendo, não simplesmente por ter sido descoberto, mas porque se escancaram as dificuldades que há no relacionamento.

E como evitar todo esse sofrimento? Antes disso, como evitar que a infidelidade seja percebida por um membro do casal como necessária? A resposta está no diálogo entre os dois. Se uma pessoa é infiel por sentir falta de algo em seu relacionamento, o outro precisa saber que este algo está faltando. Cabe a cada um a responsabilidade de dizer ao(à) companheiro(a) o que está sentindo, no que está insatisfeito(a), o que desejaria mudar. De nada adianta simplesmente culpar o outro, a rotina, o tempo de relação, a qualidade do sexo e tantas outras coisas que acabam servindo de argumento para a infidelidade. Se há um problema, é preciso compartilhá-lo com o outro, para então solucioná-lo a dois.
 (Dra. Mariana Santiago de Matos, Psicóloga)

Bom, concordo plenamente com o que aqui está escrito, só que não acredito que compartilhar o problema com o outro seja assim tão simples. Se esse compartilhamento pode ser feito, ou seja, se esse bate papo a respeito das carências mútuas pode ser realizado tranquilamente, denota a existência de cumplicidade, que os dois teriam abertura suficiente para falarem abertamente sobre o que os incomoda, e em sendo assim, dificilmente haveria traição de qualquer dos lados. Outra forma que eu percebo também, quando não existe essa cumplicidade, é a prática de “mandar recados”, ou seja, quando as pessoas envolvidas começam a reclamar, a alertar o outro de algo que o(a) incomoda por não se sentir tão à vontade para falar de forma explícita. Só que, normalmente não é percebido pelo outro como um alerta, e sim, como palavras jogadas ao vento, só que depois essa brisa vira um furacão, mas aí já pode ser tarde para reparar o estrago.

Enfim, como dito no início deste texto, é realmente de uma complexidade tamanha falarmos de relações que envolvem sentimentos, principalmente o maior e pior sentimento, que é gerado em um relacionamento a dois...o de posse/propriedade.
(Jayme Vita di Carvalho)

domingo, 24 de julho de 2011

De zero a dez...






Sentir-se inseguro(a) diante do desconhecido ou do novo, é completamente natural. Insegurança diante da impetuosidade da paixão ou da falta de garantias no amor, também pode ser compreensível, entretanto, na linha tênue do coração, é preciso encontrar uma medida saudável e criativa para todos os sentimentos. Se você vive inseguro(a), sentindo-se ansioso(a), tenso(a) e com a sensação de que, a qualquer momento, pode perder a pessoa amada ou ser substituído(a) por alguém “mais interessante”, talvez seja momento de relaxar e rever seus conceitos sobre si mesmo(a). 


Esta semana, presenciei um comportamento decorrente de uma insegurança desmedida e destrutiva e comecei a observar o quanto uma pessoa pode construir seu próprio futuro de modo mascarado, empobrecido e equivocado sem se dar conta, tão afetada que está pela falta de reconhecimento de suas próprias capacidades. Em decorrência dessa miopia, certamente vai experimentar relações doentias, magoar-se recorrentemente diante da constatação de que suas estratégias são frágeis e ineficientes e, especialmente, amargar uma solidão dolorosa, que é fruto de sua dinâmica interior.  Pessoas inseguras, principalmente quando estão se relacionando, correm o risco de inventar “verdades” para justificar comportamentos agressivos e insanos, sobretudo para afastar aqueles que, por motivos também inventados, parecem representar uma ameaça à sua suposta felicidade.  Pois pode apostar: felicidade autêntica não carece de insegurança, e muito menos é ameaçada por quem quer que seja.

Se o que você vive realmente é amor, se está construindo um relacionamento saudável, em busca de amadurecimento e cumplicidade, certamente não precisa afastar ninguém, porque seu coração está em sintonia com o universo e, certamente, também com a pessoa amada.  Passar seus dias pensando em estratégias para derrotar inimigos que nem existem só vai fazer você perder a maravilhosa oportunidade de ser feliz neste relacionamento ou com a simples possibilidade de vir a se relacionar, e, provavelmente, você se transformará numa pessoa mal-humorada, pesada, briguenta, chata e... Feia! E o pior é que não só você perderá com tudo isso, mas também as pessoas que você mais ama, sejam seus familiares, amigos e até seu par!  

Sugiro que você faça uma autoavaliação bastante honesta e, para efeito de percepção, dê uma nota de 0 a 10 para sua insegurança. Tente se dar conta de como tem nutrido sua autoestima, do quanto tem valorizado suas qualidades e do quanto, acima de tudo, tem trabalhado suas limitações. Admita que tem medo de perder, que sente ciúme, que ainda não se tornou a pessoa que gostaria de ser. Assim, estará no caminho de se tornar... E isto é evolução! 



Texto de Dra. Rosana Braga
Consultora

sábado, 16 de julho de 2011

Meu filho, você não merece nada!!!

                                                
A crença de que a felicidade é um direito, tem tornado despreparada a geração mais preparada.
 
Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.

Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.

Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.

Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.

Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.

É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?

Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.

Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.

Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.

A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.

Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.

Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.

Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.

Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.

O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.

Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.

Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.

Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.

Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.


ELIANE BRUM

Jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo).


Assunto: CONVOCAÇÃO 1º AGOSTO

Esta convocação é necessária, urgente e irrecusável !!!

Estamos vivendo talvez a melhor oportunidade de nos tornarmos uma grande nação. Para isso, precisamos priorizar o ensino, saúde e segurança dos nossos filhos e netos, e principalmente, deixarmos de ser omissos às grandes questões do momento: Corrupção, reforma judicial, política e tributária. Não é mais possível trabalharmos para sustentar essa roubalheira que perigosamente aceitamos como "sem jeito"...
...Precisamos entender que nosso silêncio e omissão é o combustível que alimenta a impunidade, pois sabemos que quem cala está concordando com o que está acontecendo e com isso, se torna cúmplice.



CONVOCAÇÃO:

O POVO BRASILEIRO ESTÁ CONVOCADO PARA A GRANDE MANIFESTAÇÃO DE PARALISAÇÃO:

DIA 1º DE AGOSTO DE 2011, SEGUNDA-FEIRA
SEGUINDO O EXEMPLO DO POVO ÁRABE, QUE SE CANSOU DO GOVERNO, OS BRASILEIROS NÃO PODEM MAIS SUPORTAR / ACEITAR QUE SEUS GOVERNANTES FAÇAM DESTE PAÍS UM NEGÓCIO DE ENRIQUECIMENTO PRÓPRIO E NOS DEIXEM AO DESCASO DA IRRESPONSABILIDADE DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS.

PRESTEM ATENÇÃO:

. AUXÍLIO RECLUSÃO = MÉDIA DE R$ 586,51;

.  SALÁRIO MÍNIMO = (relutantemente) R$ 545,00;

. CUSTO MÉDIO DO PRESIDIÁRIO EM MG = R$ 1,7 mil;

. CUSTO MÉDIO DO ESTUDANTE DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO EM MG = R$ 149,05...

...É O "PAÍS DO TUDO PODE"!

REFORMA POLÍTICA JÁ: redução do número de senadores, deputados federais, estaduais e vereadores !!

REFORMA JUDICIÁRIA JÁ !!

REFORMA TRIBUTÁRIA JÁ !!
SOMENTE DESSA FORMA, FICAREMOS COMPETITIVOS COM O MUNDO AÍ FORA (CHINA ETC.).


JÁ NÃO TEREMOS AS REFORMAS NOS AEROPORTOS E ESTÁDIOS DE QUE PRECISARÍAMOS . A COPA E AS OLIMPÍADAS ESTÃO SE APROXIMANDO, E POUCA COISA NOS FICARÁ COMO ESTRUTURA. SERÃO DADOS ''JEITINHOS'', E PAGAREMOS ALTO, TENHA CERTEZA!


CARAS-PINTADAS EM AÇÃO: OS POLÍTICOS PRECISAM ESTAR SOB O NOSSO CONTROLE, SEREM NOSSOS FUNCIONÁRIOS, NOSSOS REAIS REPRESENTANTES.


. NÃO À IMUNIDADE E IMPUNIDADE PARLAMENTAR!
. NÃO À CORRUPÇÃO!
. NÃO À POUCA VERGONHA PÚBLICA!

O BRASIL PRECISA MUDAR E VOCÊ PRECISA ESTAR CONOSCO. SOMENTE UNIDOS, IREMOS MUDAR O NOSSO PAÍS.

NOSSO POVO ESTÁ MORRENDO NAS FILAS DOS HOSPITAIS PÚBLICOS, AMBULÂNCIAS E EQUIPAMENTOS COMPRADOS JÁ DERAM A ALGUM POLÍTICO OU AUTORIDADE SUA COMISSÃO, NO ENTANTO ESTÃO PARADOS, ESTRAGANDO-SE, POIS NÃO DARÃO MAIS LUCRO, SOMENTE DESPESAS. CONTRATAÇÃO DE PESSOAL E ATENDIMENTO DA POPULAÇÃO NÃO ERAM OS SEUS PENSAMENTOS.

REFORMA PRISIONAL JÁ !!


PRECISAMOS DE UMA POLÍTICA LIMPA, DE CARÁTER E SERIEDADE, FORTALECER OS PODERES LOCAIS, COMUNIDADES E BAIRROS NO CONTROLE DE SUAS FINANÇAS E PRIORIDADES, COMO NOS EUA.


O BRASIL TEM-SE MOSTRADO UM PAÍS RICO - RICO EM PETRÓLEO, MINERAIS, TURISMO, CULTURA ETC. AGORA PRECISA APRENDER A DIVIDIR ESSA RIQUEZA COM SEU POVO, ATRAVÉS DE UMA MELHOR EDUCAÇÃO, SAÚDE PÚBLICA, SEGURANÇA E ESTRUTURA INDUSTRIAL E PRODUTIVA, PARA QUE ASSIM POSSAMOS TER UM PAÍS JUSTO E FORTE.


PROGRAME-SE, SEGUNDA FEIRA, DIA 1º DE AGOSTO, TODO O BRASIL NAS RUAS, PROTESTANDO E EXIGINDO MUDANÇAS, OU NUNCA SEREMOS LEVADOS A SÉRIO E FICAREMOS SEMPRE NO TERCEIRO MUNDO, E OS POLÍTICOS CONTINUARÃO SE ENRIQUECENDO E DESFRUTANDO OS BENEFÍCIOS DA VIDA PÚBLICA CORRUPTA.


OS MINISTROS DO STF E DO STJ NÃO DEVERÃO MAIS SER NOMEADOS PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA. DEVERÃO SER NOMEADOS POR UM COLEGIADO DE MAGISTRADOS, LEVANDO EM CONTA SUA NOTORIEDADE, CONHECIMENTO JURÍDICO E, SOBRETUDO, SUA HONESTIDADE.


CHEGA, EU NÃO SOU CÚMPLICE DISSO....!!!


PODEMOS EXIGIR MUDANÇAS, FAÇA A SUA PARTE !!!


COMECE ENVIANDO ESSA MENSAGEM AO MAIOR NÚMERO DE PESSOAS QUE VOCÊ PUDER.
SOMENTE NO BRASIL, EXISTE TANTO BENEFÍCIO PARA QUEM ESTÁ PRESO. ESTRUTURA PARA RECUPERAÇÃO DO PRESO AO INVÉS DE VISITAS ÍNTIMAS E OUTRAS FACILIDADES!


MOVIMENTE-SE, CRIE GRUPOS DE DIÁLOGOS, UNA-SE A OUTROS GRUPOS E ENTIDADES, PROCURE A COMUNIDADE, SUA ASSOCIAÇÃO DE BAIRRO, SEUS AMIGOS, A IMPRENSA E EMPRESÁRIOS.


SOMOS UM POVO PACÍFICO SIM, E NÃO PRECISAMOS DA VIOLÊNCIA PARA FAZER VALER OS NOSSOS DIREITOS, MAS NÃO PODEMOS FICAR DE BRAÇOS CRUZADOS ESPERANDO ESSA CORJA DE POLÍTICOS CORRUPTOS E FORMADOS PELOS SEUS PRÓPRIOS INTERESSES SE INTERESSAREM POR NÓS. PRECISAMOS AGIR E MOSTRAR QUE NÓS OS ELEGEMOS E QUE É POR NÓS QUE ELES ESTÃO NO GOVERNO E QUE, POR MENOR QUE SEJA O DESLIZE, NÓS TEMOS O DIREITO DE CAÇAR O SEU MANDATO.




domingo, 10 de julho de 2011

Este alerta está colocado na porta de um espaço terapêutico:

 

Quando a boca cala....O corpo fala!!!

O resfriado escorre quando o corpo não chora.
A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.
O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.
O diabetes invade quando a solidão dói.
O corpo engorda quando a insatisfação aperta.
A dor de cabeça deprime quando as dúvidas aumentam.
O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.
A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.
As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.
O peito aperta quando o orgulho escraviza.
A pressão sobe quando o medo aprisiona.
As neuroses paralisam quando a criança interna tiraniza.
A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.

Prestem bastante atenção!